quinta-feira, 10 de maio de 2012

Nete

Ela lixava as unhas, falava ao telefone e ainda segurava a bolsa com cautela.
O barulhinho da lixa me incomodava, parecia que pegava a carne, mas a conversa estava tão boa, que decidi parar de ouvir meus pensamentos e comecei a ouvir sua voz.
Ela falava com a "Bruna" sobre o trabalho, queria aumento, mas tinha medo de pedir, porque o chefe era um grosso!

Falou do "Pedro lindo", do "Gabriel cara de tonto", "Fellipe idiota", "João que não quer saber de nada", falou tanto, de tantos, que me perdi...
Uma coisa me marcou, "ele" ( não sei qual deles), a chamava de "Jane", ela preferia "Nete" e mesmo enfatizando isso, "ele" nunca mudava e ela se irritava.

Se ela para "ele" não podia ser "Nete", que fosse para outro... E com as unhas feitas!

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