quarta-feira, 28 de março de 2012

Visitador

Entro e saio e nunca tem ninguém para abrir a porta. O molho de chaves faz o barulho da confusão, na hora de abrir sempre me confundo, para fechar é sempre mais fácil.

Dessa vez, abri a porta não para eu sair, mas para você entrar.
Com aquele olhar observador, olhou cada canto, viu onde meus olhos não enxergam, colocou as mão onde as minhas não alcançam e sentou, onde todas as visitas sentam.

Conversamos, rimos, até brigamos, mas como sempre, nos amamos. Sempre nos amamos, sempre, nunca por nenhum instante deixamos de nos amar, mesmo quando você não está, continuo te amando aqui, você lá.

Esse silêncio que fica quando você não está, me faz gritar por ver a bagunça que deixou na sala, no quarto e na cozinha, arrumo sem exitar, bem que você poderia estar aqui para ajudar, lavar a louça, mas você prefere ir, para quem sabe, (assim espero) voltar.

 Esse visitante que se torna "visitador", "dor"sufixo de frequência, visita a dor que sinto com sua ausência, "dor" é o que sinto, ao saber que sempre terei que abrir a porta pra você e você nunca abrirá pra mim, visita a dor e a transforma em "ante", diante, adiante.

Inesperada e esperada visita, por mais que diga que não. Sim, eu sempre espero ter a sua companhia na minha casa.
Na minha vida e no meu coração você não é visitante, é morador.

Visitante de casas, visitador de corações, coloca a cadeira no lugar, porque a cabeça você já bagunçou.


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