quinta-feira, 7 de junho de 2012

Fila

 
  Era uma fila, não daquelas indianas, nem daquelas de banco com linha amarela no chão, era uma fila torta. Por ser torta, acho que distorceram um pouco as coisas.

Entre livros, enciclopédias, filmes, música, uma discussão começou, pelo simples motivo de estarem na fila torta! Dar "frenteira" já aprendemos na escola, só para amigos! Não era o caso...



  Uma simples constatação; "olha, aqui tem fila" gerou uma série de xingamentos, palavrões, olhares raivosos, demonstração da virilidade masculina da pior maneira, até a intervenção feminina e a saída do ambiente.

  Eram burgueses, notava-se pelas roupas alinhadas, as chaves dos seus carros à mostra, cabelos devidamente bagunçados,devem ter tomado muito “leite com pera”, estavam em um ambiente propício para o consumo e estavam consumindo muito, devem frequentar os mesmos lugares, até mesmo devem ter amigos em comum no “facebook” , mas isso, eles não queriam saber, a fila nem interessava mais, queriam mostrar quem iria falar por último.

  Quando a frase terminava com “folgado”, logo vinha um silêncio e em breve um “vai se foder”,  assim foi por longos minutos de insultos intercalados com silêncio, a discussão na fila torta. Por quê?!?

  Falta de amor? Acho que não, ambos estavam bem acompanhados.
  Falta de dinheiro? Também não, suas roupas ostentavam “bichos” de marca.
  Educação? Aposto que estudaram nas melhores escolas, talvez não tenham aprendido muita coisa...

O mais interessante é que em uma das camisetas tinha a seguinte frase, “gentileza gera gentileza”, que na ocasião poderia ser trocada por “gente lesa, gera gente lesa”.


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